No review do 3G e do 3Gs eu comentei que a cada ano o iPhone ia se livrando das principais críticas iniciais: sem câmera decente, sem luz flash, sem copy and paste, sem multitarefa, sem MMS, sem teclado Bluetooth… e por ia a lista de coisas que não tinha e os críticos sempre esqueciam do que “tinha”. Hoje, a versão 4 melhorou a câmera, com um sensor maior e vídeo HD, um led flash decente e uma bateria de respeito que concerta uma das grandes reclamações dos usuários de 3GS. O que falta exatamente? Se compararmos os tops Android vemos telas de AMOLED entre 4 ou 4.3 polegadas. Mas estas foram escolhas claras da Apple que prefere o display menor e não acha que o AMOLED está pronto. Realmente a nitidez e a reprodução correta de cores do iPhone 4 com a Retina Dislay são melhores do que o AMOLED. Uma das áreas que esta última tecnologia era ganhadora era o contraste de pretos, mas o iPhone 4 possui um contraste muito bom também. O nome Retina Display vem do conceito de que os olhos não conseguem enxergar mais densidade de pixels, e realmente, meus olhos não conseguem ver o pixels individuais. O display é lindo mesmo.
iPhone 4 com o iPhone 3GS
A câmera me pareceu o outro ponto de avanço significativo, principalmente com a recente adição do HDR que é uma febre, e uma polêmica, entre os fotógrafos. A tecnologia combina uma foto com super exposição com outra em baixa e resulta uma imagem sem sombras e nitidez fantástica. Um detalhe interessante é que o iPhone deixa a imagem original em caso de arrependimento. O vídeo HD é um outro ponto em que a Apple não quis ficar atrás, pois os Android e Nokia neste ano estão com os aparelhos top neste padrão. Mas, neste momento chega uma outra tecnologia que sai da comparação simples dos specs, o iMovie. Assim como o iWork no iPad, a Apple começa a atacar com toda a tecnologia de software nos aparelhos móveis, e esta gordura ainda pode ser muito queimada… Deve vir mais por aí!
Para quem começou no vídeo digital precisando de placas caras e complexas para digitalização e computadores potentes e pesados o fato de poder captar em HD, editar e fazer upload na hora para o YouTube é algo mágico, como comenta Jobs em seu famoso campo de distorção da realidade. Outros já tinham esta possibilidade, como a N Series da Nokia, mas de novo: interface é tudo! Consegui editar um vídeo de 1:30 em 15 minutos. O iMovie móvel é realmente viciante, eu imagino gravar um aniversario ou uma festa e já editar para mostrar no próprio local ou ainda fazer um matéria mais elaborada na rua e fazer upload para um site de notícias. Pena que a saída de vídeo não seja ainda HD, como no Nokia N8 e alguns Android. Mas em compensação, é possível usar o adaptador VGA do iPad. Bacana para apresentações em que não é preciso levar o laptop.
iPhone 3gs vs iPhone 4
Ainda na área de “os outros já faziam” está o FaceTime. A câmera frontal e ligações em vídeo já eram usuais, principalmente em Nokias, mas eram cobradas a parte e com uma qualidade baixa. A Apple implementou um protocolo, que promete ser open source, que usa vídeo em H264 (como o iChat), e não transita no sistema GSM como as vídeo chamadas tradicionais. Com isso, ela foge das taxas das operadoras e permite a comunicação futura com desktops, e outros devices como o iPod touch. Outra coisa bacana é que a configuração é zero, o sistema registra o número do telefone, email no Touch, e ele serve como o user do Skype. Alias, espero que a Apple libere em um futuro próximo o Skype com vídeo, que certamente virá. Consegui testar tecnologia com dois amigos em situações diversas. A qualidade é realmente muito boa, tanto do áudio como do vídeo. O áudio em ambientes públicos fica bem fraquinho, a dica é usar o fone de ouvido. Infelizmente, o meu fone Bluetooth não rolou, não entendi porque a Apple não habilitou isso. Outra coisa bacana em relação as tradicionais vídeo chamadas é a possibilidade de trocar de câmera, porque talvez o mais importante do que nos mostrarmos em algum momento é mostrar o que estamos vendo!
Eu, fazendo FaceTime com o mestre Yoda do Rodrigo Schmitt
A polêmica em relação a antena é extremamente exagerada, como alguns blogs sérios já alertavam. Segurando com a mão esquerda em cima da fenda das antenas o sinal diminui, mas uma ou duas barras e não cai o sinal. Isso só acontece para quem agarra o aparelho todo na mão esquerda. Eu sempre seguro com os dedos, e na outra mão. O sinal 3G pareceu um pouco melhor em relação modelo anterior, mas no WiFi eu percebi melhoras significativas.
Enfim, o iPhone 4 é uma grande evolução em velocidade, capacidade da bateria e novas tecnologias. Eu realmente recomendo o upgrade e acho que a disputa em relação aos Androids ganha mais um ano de distância. Não é só uma comparação de especificações técnicas, como vejo por aí seguidamente, é um produto com uma integração software/hardware chegando bem perto da perfeição.
No vídeo, uma comparação de velocidade em 3 geraçãoes de iPhone:
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