O novo iPad, que seria o iPad 3, é uma evolução clara em relação ao 2. Vou focar aqui nas mudanças e não em revisar os conceitos básicos do tablet. Apesar de ele ser aparentemente parecido com o 2, me parece que a mudança agora foi mais profunda do que a do ano passado. Digo isso porque a mudança principal é no display, e justamente é esta a peça principal de um tablet.
De maneira geral ele é um pouco mais pesado, um pouco mais grosso, mas a única diferença realmente perceptível no exterior é a lente da câmera maior. Sem estar com os dois modelos na mão é impossível detectar a mudança de peso e tamanho.
Display:
O tablet é só display! Ele não possui mouse, teclado e proporcionalmente ocupa quase todo o tamanho do aparelho. Logo, um novo monitor muda tudo neste aparelho. A diferença é claramente perceptível mesmo para olhos menos treinados. A resolução de 2048 x 1536 deixa a antiga 1024 x 768 parecendo um monitor de segunda categoria, mesmo este sendo ainda muito preciso. Mas o novo paradigma de resolução altera inclusive a nossa experiência com Desktop. Mesmo um iMac de 27 polegadas parece inferior em relação ao novo iPad. A Apple deve colocar estas resoluções no Mac em breve, mas até lá vou usar ainda mais o iPad. Tudo fica realmente mais nítido e bem desenhado nesta tela! Fontes pequenas de sites ou revistas que antes necessitavam de zoom para serem lidas agora podem ser visualizadas mesmo com o tamanho diminuto. Vídeos em Full HD ou fotos ficam cristalinas e os desenvolvedores estão correndo para atualizar suas Apps. Alias, nesta nova resolução os sites também precisam ser adequados. É como se começássemos uma nova fase, a Web HD. Por enquanto, só conheço a adaptação da Apple.com.
Outra questão que chama a atenção é que a relação de cores mudou. Existe uma tendência mais para o amarelo. Quando se abre a App de notas fica clara a diferença. Agora estas páginas ficam em um tom de amarelo bem mais claro. Isso muda em outras Apps também, o que vai obrigar a repensar não só a resolução dos gráficos mas também o tratamento de cores.
4G:
Para poder receber imagens e vídeos maiores a conexão precisa ser melhor. Por isso entra em cena a tecnologia 4G LTE, que por enquanto só funciona na freqüências da Verizon e AT&T norte-americanas. Mas, diferente da versão anterior, os brasileiros podem comprar qualquer um dos modelos para usar no país com 3G e 3G+. Optei pela Verizon pois possui a possibilidade de compartilhar a conexão via WiFi com outros aparelhos. Eu colocava o iPad na mochila e usava o iPhone para navegar em até 25Mbits, cortesia da rede 4G. Esta função de compartilhamento não está habilitada ainda no Brasil quando coloquei um chip TIM ou Vivo. Talvez no lançamento oficial no dia 11 isso seja habilitado.
Bateria:
Aqui está o maior esforço de engenharia da Apple! Para suportar 4G e para gerar 3.1 milhões de pixels a bateria teve que aumentar de 25 watt-hora para 42.5 watt-hora. Isso, sem mudar muito o tamanho do aparelho, foi uma certa mágica. Na prática, ela demora um pouco mais para carregar e usando com 4G e todo o brilho da tela a autonomia é menor. Depois de uma semana de uso ele não me deixou na mão mesmo em dias mais intensos de uso, mas sempre é legal deixar carregando durante a noite.
Câmera:
No primeiro iPad a Apple fazia entender que não era preciso ter câmera em um tablet. Depois veio a segunda versão e o uso ficou claro com FaceTime e Skype. Mas a câmera traseira ainda estava meio abandonada pela baixa qualidade. Agora a figura muda com esta câmera que tem o mesmo sensor do iPhone 4 e as mesmas lentes do 4S. Eu particularmente uso muito a câmera em eventos e palestras tanto para as redes sociais como para armazenamento. Antes eu tinha que pegar a câmera do iPhone e passar a foto para o iPad e agora posso usar um só aparelho.
O vídeo em 1080p tem uma qualidade igual ao do 4S, o que é bem bacana principalmente para editar no iMovie. De novo, pela qualidade da câmera traseira novos usos vão começar a aparecer. É uma pena que a câmera frontal não tenha mudado.
Performance:
O processador A5X é exatamente igual ao usado no iPad 2 com uma melhoria na parte gráfica. Enquanto a parte central continua com dois núcleos de 1ghz a parte gráfica agora tem quatro núcleos. Além disso, outra mudança é a memória RAM que passa de 512 para 1gb. Estas duas mudanças são responsáveis diretamente pelo aumento do consumo da bateria e a consequente decisão da Apple de aumentar o seu tamanho.
Na prática, ele navega em páginas web quase na mesma velocidade do que a versão anterior, mas por ter mais memória a experiência de navegação fica mais fluida além de armazenar tabs sem a necessidade de ter que baixar de novo as páginas.
No começo teve uma polêmica sobre um aquecimento do aparelho depois de algum tempo de uso. Realmente, ele esquenta um pouco especificamente do lado direito quando seguramos ele em pé. Mas notei que isso aconteceu mais usando o 4G e mesmo assim não foi nada que impedisse o uso, como acontece as vezes nos laptops.
Conclusão:
Toda a força deste novo iPad tem um preço no pequeno aumento do peso e espessura além da autonomia da bateria e um leve aquecimento. Mas, a Apple soube deixar no limite estas questões que são compensadas de sobra pela linda tela e a velocidade 4G. Ok por enquanto só lá nos EUA, mas em breve por aqui também.
Acho que o iPad não só fica cada vez mais bacana de ler revistas e jornais além de consumir vídeos e músicas, mas se torna cada vez mais um substituto do laptop. Quem puder fazer o upgrade faça porque vale a pena, quem não puder eu recomendo que não olhe para esta nova tela, pois é um caminho sem volta.
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